No passado dia 24 de Fevereiro, realizaram-se em mais de 60 escolas do país, várias acções de luta por:
melhores condições materiais e humanas,
mais funcionários e professores,
mais financiamento,
contra a privatização das escolas com a entrada da Empresa Parque Escolar,
pela real aplicação da educação sexual nas escolas,
contra o estatuto do aluno e a figura do director,
contra os exames e por uma avaliação continua justa
Contra o fim do desporto escolar
e por muitos outros motivos que sentimos no dia a dia nas escolas.
Deste dia 24 de Fevereiro, ficou uma certeza: de que estamos dispostos a continuar a lutar até os problemas que vivemos se resolvam através de abaixo-assinados, marcação de Reuniões Gerais de Alunos, pinturas de faixas, concentrações e apitões até serem ouvidas as suas exigências.
A DNAEESB, apela desde já a que todas as Associações de Estudantes e todos os estudantes continuem a luta nas escolas. O mês de Março é um mês de luta!
24 de Março, foi consagrado como Dia Nacional do Estudante antes do 25 de Abril de 1974 e desde as suas origens teve um importante significado na luta estudantil. Assim como os estudantes saíram à rua antes da Revolução de Abril, pela democratização do ensino e por melhores condições de estudo, a DNAEESB assinalará este dia como um dia nacional de luta dos estudantes do Ensino Básico e Secundário, em que faremos ouvir bem alto a voz de todos os estudantes por uma educação PUBLICA, GRATUITA, DE QUALIDADE, DEMOCRÁTICA PARA TODOS!
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6 comentários:
Já lá vão alguns anos desde essa mítica data...mas desde então esse dia 24 de Março é todos os anos comemorado com acções de LUTA por todo o país.
Mas a verdade é que não deve ser apenas neste dia 24, nem apenas no mês de Março...a Luta é intemporal, é todos os dias e é constante, e se não for para lutar que recordamos o dia 24 de Março então que este seja excluído do calendário!!!
É o nosso dia? Todos os dias são nossos! Todos os dias lutamos convictos de que o amanhã será o dia em que os estudantes alcançarão
a Igualdade,a Democracia e todos os direitos que reivindicamos.
Não existe 1 de Janeiro nem 31 de Dezembro: todos os dias são 24 de Março!
Todos os dias são dos estudantes!
Todos os dias são de LUTA!!!
Alunos da Escola Secundária da Batalha (Polo 1 e 2) adere.
Batalha, enviem-nos o vosso contacto, para o mail dnaeesb@gmail.com, para alguém da DNAEESB falar convosco!
Gostava de deixar um parecer na questão desta luta.
Como é que podem exigir aulas de educação sexual com os horários hiper-carregados que já temos?
De onde é que virá mais financiamento se nem dinheiro para os salários dos nossos pais há?
Qual é que é a "figura do director"? A do professor Snape, que trata mal os alunos e tem favoritos?
Não questiono a necessidade de se lutar contra aquilo que está errado, mas há coisas mais importantes a acontecer no país (e no mundo, já que se fala nisso). Ando numa escola que exige uma quantidade de dinheiro absurda devido aos consumíveis gastos todos os anos. Mas não é com manifs que só servem para o pessoal se baldar às aulas e ir fumar umas cigarradas ou dar uns berros que os consumíveis aparecem.
É de dentro das escolas que essas coisas aparecem.
Se acham que as coisas estão erradas, comecem por dentro em vez de irem logo para a frente das câmaras municipais (e das de televisão).
A Associação de Estudantes da minha escola, à qual eu pertenço, encontrou uma estratégia: vamos organizar um festival multicultural, com worskhops, palestras, jam sessions, concertos, etc., e dois terços da receita vão para a escola, para se cobrir o buraco no orçamento.
De um duodécimo de 25.000€ por mês, passamos a receber um duodécimo de 13.000€. Isso significa que o orçamento da escola foi reduzido para metade, e há, portanto, falhas.
Não há uma equipa de limpeza.
A equipa de segurança só funciona à noite e constou-me que chegou a ser paga do bolso do director.
O corpo docente é empenhado e envolve-se nas situações.
O conselho executivo é atento e focado nos alunos.
A nossa carga horária é maior do que a de muitas outras escolas (não digo todas).
Já tive de deixar trabalhos pela metade porque a escola não tem consumíveis.
Mas antes de armarmos cagarim, começámos as coisas por dentro. E é isso que nós todos, estudantes, devemos fazer. Começar por dentro.
Organizar movimentos cívicos, festivais, recolher receitas, e tapar o buraco.
Já que o "Governo", essa entidade sombria e assustadora, só quer é "maltratar os estudantes" e o sistema de ensino, cabe-nos a nós actuar, não é?
Não nos cabe o direito de exigir aos outros o que nós próprios não fazemos.
Lutemos, estudantes!
Mas lutemos contra a nossa própria inércia.
Zita Moura,
Presidente de Mesa de Assembleia Geral da Associação de Estudantes da Escola Artística Soares do Reis, Porto.
Zita,
Sobre a educação sexual, a DNAEESB não defende a criação de uma disciplina mas sim que seja transversal a todas as disciplinas. Consideramos que o que se passa em algumas escolas, em que os estudantes têm palestras de 2h no ano sobre o sistema reprodutivo e como usar contraceptivos não é suficiente e é redutor das várias abordagens que pode haver sobre a sexualidade.
Há muitos anos que a DNAEESB e os estudantes se debatem por melhores condições nas escolas e já fizemos abaixos-assinados, já reunimos com ministros da educação e o governo continua a fazer ouvidos moucos aos estudantes, por isso consideramos que só saindo para rua, parar as escolas e gritarmos bem alto é que havemos de mudar a situação.
esperamos que o vosso festival seja um sucesso. é uma iniciativa cultural para os estudantes de louvar. Mas quem tem a responsabilidade de pôr as escolas a funcionar é o Estado e se a tua escola hoje está com dificuldades em funcionar, como muitas outras, porque não tem dinheiro é porque este governo fez a opção de cortar 803 milhões de € no orçamento para a educação, este ano. Ao mesmo tempo que fez isso, o governo vai pagar 500 milhões de € à Empresa Parque Escolar, de rendas pelas escolas intervencionadas. O governo retirou dinheiro às escolas mas está a entregá-lo a uma empresa. E tu não podes acabar os teus trabalhos por causa disso!
Enumeraste uma série de problemas da tua escolas que acontece em muitas e ao contrário do que afirmas, os estudantes não são e não estão inertes e lutam pelos seus direitos. E a luta nas ruas traz resultados, exemplo disso é escola secundária josé augusto lucas que lutaram por mais funcionários no passado 24 de fevereiro e passado uns dias foram contratados mais funcionários, ou na Emidio Navarro, em Almada, que aconteceu o mesmo no ano passado.
No dia 24 de Março, pode não mudar muita coisa, mas sem dúvida que todos os participarem, vão contribuir para que se mude a educação. Se ficarmos em casa, aí é que não acontece nada.
Zita,
ninguém diz, nem os estudantes que dia 24 vão estar na rua, que a luta não se faz também dentro das escolas. Claro que se faz! É lá que passamos a maior parte do tempo e há coisas que podem ser resolvidas com a nossa intervenção lá dentro. Mas são só algumas. Não acabas com exames nacionais se lutares dentro da escola, não exiges mais financiamneto para a educação dentro da escola, etc., etc. A luta não se faz só dentro da escola, porque, se pensares bem até entendes, há situações, como a falta de dinheiro e a incapacidade de contratar mais funcionários que não passam pela direcção da escola, mas antes pelo Governo. Fazermo-nos ouvir na rua é essencial e dia 24 lá estaremos!
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